segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Falar em Público...!

verbal e não verbalmente.

Um aspecto da comunicação verbal que deve ser levado consideração é o uso correto da língua portuguesa. Isso porque a apresentação em público é uma situação mais formal de fala, em que se deve falar de forma fluente e usar uma linguagem cuidada.

Linguagem cuidada significa ser fluente, escolher palavras adequadas e que demonstrem domínio de vocabulário. E, mais importante: não falar vícios de linguagem nem estereótipos de apoio, não cometer erros gramaticais, evitar palavras imprecisas.

Prolongamentos
Ãah, éééh são vogais ditas de maneira prolongada, para preencher o vazio entre uma palavra e outra. Mas deve-se evitar fazer esses prolongamentos, pois eles quebram o ritmo da apresentação, podem sinalizar certa falta de domínio do assunto ou falha no planejamento.

Estereótipos de apoio“Né”, “tá”, “ok” são alguns exemplos de expressões típicas da fala, mas que, se faladas repetidas vezes em uma apresentação, tornam-se estereótipos de apoio e passam a chamar mais atenção do que a própria mensagem (provavelmente, as pessoas contarão quantos “nés” o apresentador falou, mas não saberão resumir a mensagem apresentada).

E saiba que qualquer palavra usada repetidamente, a cada começo ou fim de frase, se torna um estereótipo de apoio. Pode ser “aí”, “assim”, “tipo assim”, “no caso”, “então”. Portanto, atente-se para esse aspecto.
Vícios de linguagem
Gerundismo: construções como “vou estar falando ” ou “estarei falando” (sentido de futuro) são usos errados do gerúndio. Troque por “vou falar”, “falarei”. O gerúndio só pode ser utilizado se indicar uma ação contínua, no presente: “estou fazendo um treinamento”.

A nível de: essa combinação de palavras está errada. Em vez de dizer “o problema é a nível de qualidade”, diga “o problema é de qualidade”.

Onde: só pode ser usado para se referir a lugar, como em “a cidade onde moro, a empresa onde trabalho”. Cuidado com frases como “o problema de crédito pessoal foi identificado onde deve ser resolvido”, pois não há palavra que se refira a lugar (o correto é “o problema de crédito pessoal foi identificado e deve ser resolvido”).

Futuro do pretérito: use “seria”, “faria”, “indicaria” se estiver se referindo a algo hipotético. Há quem diga “minha apresentação seria sobre meio ambiente”, “o que seria um sistema de informática”, quando o correto é “minha apresentação é sobre meio ambiente”, “o que é um sistema de informática”, afinal, não há hipóteses nessas frases e sim certezas.
Erros gramaticaisUm apresentador que comete erros gramaticais, principalmente no uso das concordâncias verbais e nominais, passa uma imagem negativa ao público, de que não domina a língua portuguesa. E, como o uso das concordâncias corretas é um grande indicador de nível de instrução, o público pode supor que um emissor que não faz concordâncias corretas não tem um nível de instrução adequado.

Por isso, procure:
a) pronunciar os ‘s’ e ‘r’ finais das palavras (“vamos falar” em vez de “vamo falá”);
b) concordar o sujeito com o verbo da frase (“as pessoas da empresa concordam/ foram feitas mudanças na empresa” em vez de “as pessoas da empresa concorda/ foi feita mudanças na empresa”);
c) fazer a concordância correta dos verbos fazer no sentido de tempo (“faz dez anos que trabalho na empresa” – e não fazem) e haver no sentido de existir (“houve muitos problemas na área” – e não houveram).
Palavras imprecisas
Coisa e cara: essas duas palavras são ditas frequentemente em apresentações, das mais formais às mais informais. Isso porque são palavras muito genéricas e bastante utilizadas no dia a dia, mas passam uma imagem de extrema informalidade e generalizam a informação. Mas evite referir-se a um projeto, uma ideia, como “uma coisa” ou referir-se a um cliente, um colaborador ou um diretor como “cara”.

A gente/ nós: sempre especifique a quem se refere o “a gente” ou o “nós”, complementando a informação: “a gente que faz muitas apresentações”, “a gente da área de qualidade”, “nós da área de RH”. Dessa forma, o receptor sabe a que se refere o “a gente”, o “nós”, caso contrário, a mensagem pode se tornar ambígua e imprecisa.

Diminutivo: o uso desse recurso pode significar a infantilização ou o desprezo em relação a uma ideia: “esse processinho”, “essa listinha”, “essa equipezinha”. Como infantilizar ou menosprezar uma informação não é valorizado em uma comunicação em público, evite usar o diminutivo.
Vívian Cristina Rio

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